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carolpanesi

Mesmo o dia de maior escuridão, oferta beleza na presença.

É o Universo a te atualizar cura em uma velha crença.

O outono se despede, a desfolhar de tudo o que não mais serve.

Esvazia, emudece, cíclica, sazonal, úmida, atemporal.


Porque tanto corres das sombras?

Se carregam chaves grandiosas,

como cipós encantados escancaram portais à dimensões frondosas.


Não, sem sombra não se faz qualquer sacerdotisa.

Adentre na gruta do inverno da alma a convite do solstício,

recolhe no silêncio o quentinho da alma acolhida.

Entrar e sair das trevas sem macular é um aprendizado profundo,

é transitar entre mundos,

é desdobrar o tempo que mora no presente, na magia do agora.


Sim, é tudo questão de perspectiva.

O tempo, que gira…

Passado o inverno, a visita ao inferno interno,

estarás pronta então a primaverar.

Permitir e aceitar a emergir a verdade oculta de dentro,

como o perfume da flor se faz elixir ao nariz sedento.


Assim, o secreto torna-se discreto ao se iluminar,

à luz da consciência tua,

que caminha rumo ao destino único de cada ser:

a expandir, evoluir, crescer.


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carolpanesi

São tantos os sentidos que me atravessam…

Saberes me flecham na luz fria das estrelas,

desta noite quente de invisíveis sereias,

que cantam silentes e abrem feridas de saudade no coração doente.


Seres encantados do folclore que colorem meus dias de brasilidade e solidão.

Decolonizam a alma, sedenta em oração.


Exausta então, me sento com a melhor companhia.

A fiel poesia, parceira de tempos

que sem economia ou alarde preenche o vazio que arde,

costura remendos com arte,

e me cura de qualquer absurdo do passado ausente.


E promete não só um futuro,

mas um presente pleno, valente e maduro.

Iluminando o escuro da mente, libertando sementes,

Plantando o amor em puro grão.


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carolpanesi

Devo contar-lhes que uma artista é em verdade uma alquimista transcendental

.

E na tarefa diária e artesanal,

escrevo no diário

Meus lamentos ilusórios

Que Ganham versos e rimas

Enquanto o Universo me ensina

Como um perfume de um lírio

Atua como colírio às narinas

.

Sigo talhando as dores em palavras,

Como madeira fosse nas mãos do artesao

Costurando minha ilusão

Em real beleza

Cobrindo de realeza qualquer incômodo

Que na dança alquímica

Se converte em Fortaleza

.

Purpurinas e confetes coroam de condão

E num pulsar da varinha

Plim

Faz virar uma boba da corte em rainha

.

O corte abre fendas na alma mutante

Mas a dor é uma mestra,

como um casulo abriga o sumo da Transmutação

Só precisa lembrar de respirar fundo no embaraço

Vc pode estar a um passo do seu novo mundo

.

Um conto de fadas

Cujo tesouro é transformar

Chumbo em ouro

Água em vinho

Pranto em caminho

Dourado e cor de prata


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