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  • carolpanesi

Quem sou eu?

Artista, louca, curandeira…

Procuro-me inteira,

a mergulhar no plexo solar.


Chakra terceiro.

Sede das minhas memórias

De agora, de outrora,

e de outro lugar.


Memórias fragmentos,

que trazem detentos sedimentos ancestrais.

Como um âmbar, fossilizando pensamentos,

cristalizando em imagens, Eras imortais.


Encontro-me artista,

Num teatro sem paredes.

Esculpindo minhas sombras,

Sob um filete de luz.


Elemento fogo, apetite voraz

Da emoção, uma porta de entrada

Digna de atenção e vigilância

A cercar território, impedindo invasão.


Sigo o rastro de mim mesma

Num labirinto faminto de respostas,

Onde mesmo a mesa posta, só eu posso me nutrir


Encontro a ninfa guerreira,

A criança e a anciã curandeira

Três faces de um autêntico quebra-cabeça.


A desejar como oferenda as peças,

Num entrelaçamento quântico de afetos,

Pedaços de histórias sem fim nem começo

Apenas um meio, um caminho por si só completo.


Alinhavando lembranças

Acolhendo as faltas camufladas de excesso.


Talvez um citrino pudesse expandir

A abundância de um ser divino,

A me investigar, com a força do amarelo, solar

Com a sustentação de uma calcita,

E um crisoprásio que não me deixa desistir.


Longínquas memórias da Unicidade, perplexa.

Minha mente se encontra rachada,

Polarizada, dual, a devanear

Num esboço insano e ilusório, cor de açafrão

Consciência entrecortada

Como um diafragma, que me divide

pragmaticamente entre o céu e a terra,

Como a corda de um violino

Que atravessa um humano coração.


É… Cá estou um pouco louca.

Na ousadia imperial de um topázio,

Alaranjado como meu quintal,

A abrir espaços e a criar.

A pesquisar minha origem, a investigar raízes,

A vasculhar segredos, denominar os medos,

Num misto de anamnese com efeito placebo

Num balé de morde-assopra

Que cutuca, amplia, sufoca.


Quem sou eu?

Sou um punhado do Todo,

Elixir das estrelas

Sou poesia,

Sou da teia, o fio

Sou uma face tua,

Bordadeira de memória,

A recordar a minha, a tua,

a nossa história.


20/02/22





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  • carolpanesi

Amanhece.

Quão grandiosa a força do despertar telúrico.

Descortina a bruma, a sinfonia do alvorecer.

Luminoso, sonoro e onírico.

No Templo a céu aberto, ofereço em oração à Grande Mãe

a voz do meu silêncio.

Me entrego a este pulsar.

E transbordo, perdendo a linha dos meus corpos, já não sei onde começo ou onde devo terminar.

Integrada no útero de Gaia,

Sinto o fluxo da Deusa,

A Presença, plena, despontar.


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  • carolpanesi

Me amarga o peito uma enorme saudade

Mas tão espaçosa que me ocupa aqui dentro todo lugar.

E não há outro culpado que não eu mesma

Que se não tiver um amor eu invento,

Pro céu ficar menos cinzento e eu, a suspirar.

E agora, mesmo sem alento, sentindo o

Coração tão espremido, com ela eu não hei de brigar.

Pois a Saudade conta uma história,

Brinda a felicidade de um tempo, em algum lugar.


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