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  • carolpanesi

Saudade que derrama,

Que transborda, que inflama.

Queima o peito, diz seu por direito, faz morada, insiste em ocupar.

Faz alarde, me morde, me arde.

Insana, sufoca, engana, maloca.

Louca, profana meu coração de cigana, deixa tudo por um triz.

Provoca força tamanha qual nem sei lidar...

Fincou bandeira, criou raiz.

Precisava eu é de um juiz, pra passar-lhe um cartão vermelho como o sangue

que escorre do joelho ralado do tombo alado que me permiti.

Com a cabeça nas nuvens, a queda foi feia, nem te conto: nariz quebrado, ombro deslocado, precisei de pontos e remédio na veia.

Fiquei 3 dias de cama.

No pouco espaço que me sobra, pq ela tá aqui, bem perto, instalada em seu assentamento, firme como cimento, plena como areia do deserto.

Dominando tudo, até o pensamento.

Sorrindo do meu lamento, esperando meu abraço.

Passado um tempo e o susto, ela me chama, e me entrega um unguento pra ajudar a curar o ferimento e me diz: - aguenta firme, faz parte, já vai passar, já se vê a cicatriz.

É... Do que não se pode vencer, é preciso tornar-se aliada. Mais um aprendizado da jornada.

Acolher a saudade é o único jeito de ser feliz.


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  • carolpanesi

A gente vem pra esse mundo mesmo é pra se envolver. Se emocionar profundo, num grande mergulho, sem arremeter.

A gente vem pra amar e se permitir ser amado. Deixar o orgulho de lado, pq tudo é caminho, é aprendizado.

Num complexo emaranhado, ser atravessado pelo outro, que é reflexo, que é vc mesmo, em alguma camada, desdobrado.

A gente vem pra esse mundo mesmo pra sentir a Unidade, perceber que do todo ninguém tá separado, é a família humanidade.

Despertar a centelha do divino, sentir pulsar a teia que nos conecta, fazer crescer dentro o Deus menino, sentir da vida o néctar.

A gente vem pra bordar a alma, esculpir o coração, deixar o amor emergir, parir nossa melhor versão.

A gente vem pra esse mundo mesmo pra se sentir parte, comungar com a Terra, nossa Matriarca.

Oh sorte, a gente vem pra fazer arte.

Pra criar, deixar de legado nossa assinatura, como pintura, nós, criatura, a se acercar então do Criador. Apreciar, como quem come sobremesa de colher. Talvez até, Deus seja mulher.

A gente vem pra esse mundo mesmo pra ser livre, leve, solta, com remendos mas sem amarras. Viver com garra. Plantar no céu as raízes, honrar as origens, decolonizar a mente.

Importante não esquecer: nossa liberdade termina quando o outro oprime, e isso é crime, não é vencer. Não precisamos concordar, mas temos que respeitar a vereda alheia, pq nossa lente é limitada pra julgar, não vê o todo que o caminho permeia.

E a liberdade compartilhada minha gente, que com Verdade nos mantém consciente e as mãos dadas… Ah, essa é tesouro, é sagrada, é presente


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  • carolpanesi

E chega ela, calma,

serena, aquietando os corações.

Abrandando a mente,

ritmando a respiração.

Nunca fica comigo por muito tempo,

mas porque veio, ganhou essa canção.


out/2017






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